domingo, 5 de junho de 2011

Crítica de Rui Eduardo Paes


Kubik é o músico que tem o idioma musical no título que vem de mais longe – aquilo que podia ser tomado como formalismo não o é, afinal. A sampling music de Kubik tem outras coordenadas, as da pop instrumental e das músicas de dança eletrónicas, surgindo neste CD o jazz como motivo linguístico passível de adulteração.

Para complicar as coisas, Victor Afonso vem de um percurso como guitarrista improvisador mais ou menos conotado com os jazzes, depois de ter militado numa banda pós-Joy Division que cantava em Latim (!), Nihil Aut Mors.

Kubik pega em sintagmas rítmicos do funk-jazz para lhes dar uma leitura jungle, envolvendo-os por um orquestralismo samplado onde até cabem as palavras e a voz ghost-in-the-machine do mais pirado dos escritores cyber-punk, Kenji Siratori. Kubik parte do slapping ou do walking de baixo e dos downbeats de bateria dos Seventies para inventar um mundo virtual futurista.

Kubik revisita os clubes onde o Four Roses desinibe o apalpão e o enrolar das línguas para forjar um equivalente no Second Life.

Rui Eduardo Paes, in Blog Bitaites
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A crítica na íntegra aqui.

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